A Saudação DeMolay
Pelo título vocês já devem estar especulando sobre a qual saudação eu estou me referindo, mas vamos entender melhor essa história de “saudação” nesse post. Antigamente o “grande conselho” como era chamado o Supremo Conselho Internacional, possuia uma versão impressa do que eles chamavam de “Regulamento do capítulo” e como a organização foi se modificando e sendo lapidada através dos tempos, houveram muitas regras “aleatórias” que caíram em desuso ou simplesmente não vingaram.
Nesse caso em particular, vamos falar do impresso de 1934. Nele consta as seguintes regras que deveriam serem seguidas:
Artigo XII
Regulamentos gerais
USO DO EMBLEMA: Seção 1. Qualquer membro de um capítulo que seja visto usando o emblema da Ordem em qualquer lugar onde ele não levaria sua mãe ou irmã, deverá estar sujeito a disciplina pela conduta e deixará de ser um membro da Ordem DeMolay.
RECONHECIMENTO: Seção 2. Todo membro deve, a todo momento, reconhecer qualquer irmão da Ordem DeMolay por uma saudação pessoal, se conhecido por ele pessoalmente ou se utilizando o emblema, e o irmão reconhecido deverá responder com a saudação.
USO PUBLICO DOS UNIFORMES: Seção 3. Nenhum capítulo é permitido aparecer em público com uniforme, exceto no funeral de um membro da Ordem ou por dispensa emitida pelo membro ou deputado do Grande Conselho.
NÃO DEVE SER EMPRESTADO: Seção 4. Nenhum capítulo deve conceder, emprestar ou permitir o uso de seus paramentos ou outras parafernalias usado nos trabalhos de seus graus e cerimonias, para outros propósitos a não ser os da Ordem DeMolay.
Vamos focar na seção 2 onde fala sobre uma saudação. Seria essa saudação uma referência aos graus? Ou estariamos falando de uma saudação DeMolay oficial?
Tentando resolver essa questão, o ex presidente da comissão de ritual do DI, Greg Schaeffer responde o seguinte.
“Entre as 1ª e 5ª edições, não existia uma explicação de uma “saudação”, exceto na 1ª edição, que diz: A Saudação militar usual deve ser dada quando indicado no ritual.”
Era regra na primeira edição do ritual, que quando o Mestre Conselheiro mencionasse um oficial, o mesmo deveria se por de pé e prestar uma saudação, a continência militar. Essa saudação foi eliminada na 2ª edição do ritual em 1920. Após isso aparentemente alguns capítulos ainda realizavam a saudação, pois a comissão chefiada pelo próprio Marshall em 1926 adicionou a seguinte frase “Oficiais ou membros não precisam saudar o Mestre Conselheiro quando mencionados por ele, somente levantar e se dirigir ao Mestre Conselheiro como “Irmão Mestre Conselheiro”.
Provavelmente as regras não estavam sendo obedecidas, pois na 5ª edição a comissão de ritual foi mais explicita e escreveu “Oficiais ou membros NÃO DEVEM saudar o Mestre Conselheiro quando dirigindo-se a ele, mas somente se levantar”.
Essa informação permaneceu até a 9ª edição em 1963, quando ela foi removida totalmente.
Não existem nenhum fato que aponte essa saudação que mencionei, aos graus da Ordem DeMolay, então a única explicação lógica para essa regulamentação de 1934 seria a recomendação da primeira edição do ritual a “saudação militar habitual”.